Atividade 1.2
Quem
sou como professor e aprendiz?
Penso que tornar-se professor é um
processo que se inicia, de alguma forma, assim que entramos na escola, continua
na escola, na graduação, na pós-graduação, no doutorado e deve ser uma história
sem fim, porque ser professor é ser um eterno aprendiz. Mas ser professor é
também muito difícil, principalmente nos dias atuais, quando nos deparamos com
duras realidades, desafios, obstáculos que muitas vezes nos levam ao desânimo.
É preciso que, aquele ou aquela que escolheu ser professor, tenha, acima de
tudo, amor pelo magistério ou não irá muito longe. Ser professor e é ser
emoção, é encarar todos os dias pequenos e grandes desafios; é perseverar
diante do desafio de ter nas mãos a capacidade de construir/transmitir saberes,
de influenciar pessoas a ver, ouvir e sentir a vida e, sobretudo, plantar a
semente de mudança para um mundo melhor, pois a profissão docente é a base que
sustenta toda sociedade, uma vez que todas as profissões se fazem e se constituem
a partir dela.
O lado bom dessa história é que hoje, a
globalização e o mundo tecnológico permitem que nós educadores mudemos o nosso modo
de pensar e agir. Nós, profissionais da educação, precisamos de informações
generalistas e abrangentes, precisamos trabalhar com os alunos a formação da
consciência, os valores do cidadão, além das disciplinas específicas e, para
tanto, podemos contar com novas ferramentas tecnológicas que estão aí para nos
auxiliar nesse processo.
Ser professor e aprendiz é estar constantemente
atualizando-se, aprendendo a aprender, apropriar-se de saberes e fazer uso das
tecnologias disponíveis para que possamos formar cidadãos autônomos. Sendo
assim precisamos estar sempre motivados a buscar novas metodologias de ensino
contextualizando as informações, não bastando somente ter acesso à informação,
mas saber buscá-la nas diversas fontes e, sobretudo, saber transformá-las em
conhecimentos, levando o indivíduo a resolver problemas da vida cotidiana, seja
em questões pessoais ou profissionais. Para isso, devemos nos sintonizar com o
mundo, e isso só é possível se nós, educadores, formos simultaneamente mestres
e aprendizes.
Nós mestres, somos profissionais em vários
sentidos: por ensinarmos e por nos comprometermos com condutas de trabalho numa
atividade que exige a contínua exposição de convicções. Essa condição envolve
muitas responsabilidades, com conhecimentos e procedimentos, especialmente por
lidarmos com crianças e jovens em formação intelectual e por muito tempo.
É muito difícil atribuir uma definição de ser
“professora” a si mesma. Vou usar um trecho de uma homenagem aos professores
escrita por Beth Landim, que se encaixa no “eu professora.”
“... falar de docência é falar de várias
profissões que transpõem e se sobrepõem a esta. Somos mágicos, ao fazermos
malabares com diversas situações que atingem nossa imagem e vida pessoal; somos
atores, que interpretam a vida como ela é, quando sentimos e transmitimos
emoções ao conviver com tantas performances; somos médicos, ao receber crianças
adoentadas pela miséria, pela falta de tempo da família, pela carência de viver
a própria infância; somos psicólogos, ao ouvir as lamentações advindas de duras
realidades; somos arquitetos, ao tentarmos construir conhecimentos. Ao parar e
pensar, talvez seja possível encontrar, em cada profissão existente, um traço
de nós professores. Por isso, apesar de sermos muitos... somos um só...
múltiplos na unidade e únicos na multiplicidade... somos educadores... somos
professores que professam sua fé no Humano.”
Cursista: Maria Lúcia Linhares
Nenhum comentário:
Postar um comentário