Reflexões sobre cenários de mudança
Quando nos reportamos à nossa infância e adolescência e
lembramo-nos de algumas atividades como as formas de lazer e a maneira de
estudar, nos damos conta do quanto a tecnologia transformou o cenário da sociedade.
É fato que os avanços tecnológicos são primordiais para as pesquisas
científicas, como na área da saúde, da educação, da agricultura, da pecuária,
dos transportes, enfim, para a melhoria da qualidade de vida das pessoas,
porém, essas mesmas tecnologias, que agora são primordiais na vida do
indivíduo, vem causando alguns transtornos entre as gerações, pois os jovens de
hoje vivem , respiram tecnologias o tempo inteiro, enquanto que os pais e até
mesmo a escola não conseguem acompanhar tais mudanças.
A televisão oferece
programas, e ideias já formuladas, histórias concluídas, não sendo preciso o
telespectador raciocinar para se chegar a um fim. Os jogos, por outro lado,
estimulam o raciocínio do jogador, entretanto a maioria deles não tem um fundo
educativo, não trazem cultura, pelo contrário trazem a ideia de violência e,
por serem jogos, têm infinitas possibilidades de procedimentos para se ganhar,
por isso envolvem e “viciam” o jogador.
A escola, por sua vez, vem tentando dinamizar novas metodologias
para atender essa nova clientela, no entanto as mudanças são lentas e não
conseguem acompanhar os avanços tecnológicos. Um ponto preocupante nesse
cenário é o desenvolvimento intelectual, já que as crianças e jovens utilizam a
tecnologia, principalmente para atividades de lazer.
A internet (hoje acessada de
aparelhos celulares modernos e em qualquer lugar que disponibilize sinal Wi-Fi)
se apresenta envolvente, pois além de informações, fontes para conhecimentos e
pesquisas, imagens, sons, jogos traz também inúmeras possibilidades de
comunicação imediata entre os interligados, não exigindo deles uma correta
forma de fala e de escrita, contudo, quando se trata de estudo propriamente
dito, procuram sempre o caminho mais fácil e rápido, como por exemplo, pegar um
resumo na Internet a ter que ler um livro na íntegra, "copiar e
colar" ao invés de produzir seu próprio texto. Desta forma o hábito da
leitura, o enriquecimento do vocabulário que ajudariam na produção de um texto
bem redigido é esquecido, o que causará impacto no cotidiano escolar. Aí
incumbe uma séria reflexão: se quando tínhamos somente os escritos em papéis
(livros, enciclopédias etc.) como meios de comunicação e aprendizagem,
sentíamos dificuldades em fazer os estudantes se concentrarem para que a
aprendizagem acontecesse, ainda mais agora que as mídias estão presentes na
maioria das casas de nossos estudantes, e não somente nas casas, mas em
aparelhos móveis, possibilitando estarem conectados 24 horas por dia, onde quer
que estejam, com inúmeras possibilidades de usos. Isto é bom e ruim! Bom porque
é possível em todo lugar estarem em contato com o conhecimento, e ruim porque a
maioria das crianças e adolescentes não faz uso das tecnologias móveis para
adquirir cultura e sim para comunicação em linguagem coloquial e contatos em
redes sociais e jogos.
Cursista:
Maria Lúcia Linhares
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